sexta-feira, 30 de setembro de 2011

O desabafo do poéta ao trovador ideal


"Quando o poema, que o trovador escreve, atrai mais a atenção da sua musa do que a sí mesmo, é hora deste trovador morrer. De que vale, a musa se deleitar na obra do homem, sem que o homem possa se deleitar do amor de sua musa?
Pobre trovador, já sabes que és maldito, indigno entre os homens?! Já te disseram, que com tuas palavras, alimentas as fantasias que a tua amada tem com o teu rival, que a toca com as mão sem o domínio das palavras?
Suma, escreva um soneto venenoso, e ressucite diariamente da morte que te traz a paz.
Devore a tí mesmo, esfaqueie seu coração, deixe cair suas malditas gotas em forma de letras... com seu passional sofrimento, dê o deleite aos amantes.
Meu Deus, tu que também és poéta, por que fostes tão duro para conosco?"