quinta-feira, 30 de junho de 2011

A Falsidade em nome de um mundo melhor!!! [Escrito por um sincero]


Uma dose de hipocrisia?! Sim senhor!!!

Uma das caracteristicas que as pessoas mais detestam umas nas outras é a hipocrisia ["carinhosamente" chamada de falsidade], Eu, como qualquer pessoa normal, também não gosto de gente falsa. Porém, se tem um tipo de pessoa que eu, e não somente eu, detesto, são as extremamente sinceras [não odeio a sinceridade, eu repudio a sinceridade extrema]. Eu estive pensando no que seria do mundo se não fosse a hipocrisia... e cheguei a fatídica conclusão: O mundo provavelmente seria pior, e nós (sinceros ou não), de uma maneira ou de outra apreciamos a falsidade. E é esta conclusão eu vos apresentarei com toda a sinceridade do mundo.
Imagine-se num mundo totalmente sincero: As pessoas que dizem gostar de você, seguramente gostam mesmo; os vendedores de lojas responderiam todas as suas perguntas sobre os produtos [este vestido me deixa gorda? As garotas realmente gostam de caras que usam esta calça laranja?]; você se sentiria na liberdade de só chamar gente que você gosta para as suas festas, os professores diriam que não sabem responder a pergunta, ao invés de passarem uma aula inteira enrolando para parecer que esta a responder a tua pergunta; os pastores falariam de Jesus genuinamente.... e assim por diante. Parece maravilhoso, mas agora, imagine-se neste mesmo mundo, mas em situações não muito diferentes: Você [mulher, garota] vai comprar um vestido e pergunta para a vendedora se a vestimenta te deixa gorda, ela responde que sim, você sai triste, e ela vai vender menos, pois quase todas as mulheres fazem este tipo de pergunta, vai ganhar menos no final do mês, não vai conseguir pagar a conta de luz, e o filho dela, vai chorar com medo do escuro. Isso parece bom para você meu caro leitor? Para mim não! Mas tem mais um exemplo: Você [homem, garoto] vai falar com aquela menina, que você olha a foto todos os dias no Orkut, fala no MSN, acorda e dorme pensando... pois bem, você se declara e... se fosse no mundo em que vivemos [cheio de gente falsa], ela diria: "Você é como um irmão para mim", "eu te amo como amigo", "eu não sou boa o suficiente para você"... [quem nunca ouviu isso? Eu nunca ouvi!!!] Mas lembremos que estamos [hipoteticamente], no mundo da sinceridade, e ela pode dizer um maravilhoso sim, ou: "Você é feio", "Eu amo o seu amigo", "você é pobre", "eu pego a sua irmã" [não escrevi errado, as coisas são duras no mundo real], e por aí vai... pense no índice de suicídios, de depressivos, de crimes passionais, de irmãs lésbicas espancadas... seria uma catástrofe!!! Ainda bem que o mundo tem "um pouco" de hipocrisia.
A "falsidade" alimenta relacionamentos "amorosos", pois é preciso falar um "eu te amo" às vezes, por mais, que não experimentemos do verdadeiro e puro amor, devemos, no mínimo, demonstrar carinho por quem queremos bem [e para nós, amando ou não]. Mas por favor, lembrem-se, amor se demonstra com ações. Um pouco de hipocrisia não faz mal quando você precisa dar esperança para alguem, mesmo quando nem você tem esperança.
Leitores e leitoras, eu sinceramente vos aconselho a usarem moderadamente a falsidade. Não saiam falando que a espinha na testa da sua amiga parece um segundo cérebro, ou que a namorada do seu melhor amigo é gostosa... Não é usar a falsidade por interesses egoístas, mas sim autruístas. Não é saber tirar proveito da sociedade, mentir para extrair o máximo que puder de alguem, e sim, saber viver em sociedade, saber falar a coisa certa na hora certa, resumindo, é ser o "animal político" que Aristóteles falava! A verdade é um dom supremo, mas dói quando usada irresponsavelmente, e as vezes até mata [a esperança e até mesmo o corpo], quando usada para o mal. Que nossas palavras e atitudes visem a elevação do nosso espírito, de nossos amados e de nossa sociedade [de preferência, com a verdade ou o silêncio].

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Quem quer virar um deus? [Texto destinado a humanos]


Dizem que o homo sapiens sapiens (popularmente conhecido como humano) é superior aos outros seres vivos que existem no mundo. Isto é consenso entre religiosos e cientistas. Ora, nós humanos aprendemos a voar mesmo sem termos asas, construimos prédios enormes, desenvolvemos a internet, construimos a bomba atômica, aprendemos a matar milhares com um simples apertar de botão... Que maravilha, nós temos a "imagem e semelhança de Deus", e as vezes, somos quase deuses. Quase deuses? Claro! Assim como os deuses, frutos da louca imaginação humana, que "exigiam" [de muitas civilizações] sangue de crianças, cabeças de pais de família, virgindade de donzelas e muitas outras "oferendas". Nós humanos insistimos em criarmos deuses à "nossa imagem e semelhança" [como escreveu Aristóteles no livro "A Política"], para depois nos orgulharmos por sermos tão semelhantes a eles.
Para nós [este nós inclui o autor deste texto, o leitor deste texto e até George War Bush, que nunca vai ler este texto], ser um deus não é assim tão impossível. Basta apenas sermos capazes de provocar medo nos outros seres, humanos ou não, decidirmos sobre a vida e a morte, fazermos "descer fogo a vista dos homens", interferir no clima, no curso dos rios, exigirmos ofertas, ir para o espaço, fazer alguns "milagres", mas só alguns, e no fim, se quisermos, destruir o mundo com um "grande Apocalipse". Que beleza! Veja o que a nossa espécie pode fazer. Você já se sente um deus deste "Paraíso" chamado Terra? Não?! Nem eu!
Acredito que nós estamos muito longe de podermos nos considerar deuses, ouso acreditar que muitas vezes, os outros seres da natureza são mais divinos que nós. Por acaso, seria você capaz construir sozinho seu lar, assim como faz o João de barro? De extrair o sustento do ar, do Sol, da água e do solo, sem depender de industrias, assim como fazem as flores? Poderia você, resistir à radiação, viver nas nuvens, no ácido ou no frio extremo, assim como fazem algumas bactérias? Seria você capaz de dar a sua própria carne para garantir o alimento de seus filhos, assim como fazem algumas aranhas? O quão arrogante nós somos às vezes, mal conseguimos realizar proezas como o fazem algumas criaturas "inferiores" a nós, e já queremos nos considerar deuses?! Não que eu esteja dizendo que tem gente que sai por aí dizendo que é deus [pensando bem,tem um ou outro que faz isso mesmo]. O que quero dizer é que com o nosso comportamento frente à natureza e ao nosso proximo, podemos estar [como espécie humana] nos achando superior aos outros seres ou indivíduos, como se fossemos deuses. Quem de nós nunca foi levado a pensar que uma tribo aborigena, que não tem televisão, internet e avião, e ainda se alimenta de coisas estranhas a nós, como larvas, fosse inferior a nós? Não são eles humanos com as mesmas características biológica que nós temos? Não temos desrespeitado a natureza, através da poluição, desmatamento, pesca e caça predatória, ou a simples omissão? Estamos isentos de consequências?
O que então poderia fazer do homem um ser divino? A resposta pode ser simples, mas não fácil. Acredito que o que tornaria o homem mais semelhante a Deus é a capacidade de amar a natureza a sua volta e os humanos que nela habitam pelo simples fato de serem vivos, junto a pratica daquilo que Gandhi chamava de swaraj [governo de si], ou seja, o total controle sobre as nossas emoções, ações, necessidades e desejos. Em suma, precisamos aprender a valorizar a vida o maior milagre da natureza, ou de Deus para quem tem fé, e alem de valorizar a vida, devemos viver em harmonia com a natureza e os nossos semelhantes. Achou isto fácil, clichê? Então por que não começa a fazer isto a partir de agora? São estas a caracteríticas que fizeram com que Cristo fosse adorado por bilhões [eu incluso] como Deus. Se o homem foi de fato feito a imagem e semelhança de Deus, é nosso dever tentar nos assemelhar a Ele. Você não tem fé? Não precisa! Pois se a divindade foi criada pelo homem, é obrigação do homem viver segundo o que acredita ser mais nobre e perfeito para com o restante do mundo. Independente do que acreditamos, devemos sempre buscar a perfeição para consolidar o nosso domínio sobre a Terra e nós mesmos. Isto, é questão de sobrevivência!

domingo, 26 de junho de 2011

A força interior que move o Estado

Constantemente podemos observar declarações que atribuem Poder social à Força Física. Junto a estas declarações, existem outras que afirmam que o uso de força bruta é a maneira mais eficiente (se não a unica maneira) de exercer o poder jurídico. Porém, ao estudarmos mais profundamente a estrutura do Poder Social, podemos perceber que há um grande equívoco nesta afirmação. Mas, se não é a força bruta o fundamento do Poder Social, o que seria então? Para respondermos a esta indagação, é preciso esclarecer alguns pontos, fundamentais à compreensão da resposta.
É lógico a qualquer homem-médio que as normas que regem a sociedade são produzidas conforme os interesses sociais, logo, conforme os interesses humanos. Ora, o ser-humano é um animal racional dotado de psique. Ou seja, o Poder Social e Jurídico, se fundamentam na Psicologia, e não na força bruta.
É claro que o uso da força física é um instrumento necessário para a preservação da ordem social, mas só pode ser empregada em caso de violação de norma - já que não se pode punir antes da infração.
O que faz com que a maior parte dos indivíduos de uma sociedade cumpra as normas a eles impostas, é o fato de estas normas serem intimamente ligadas a seus sentimentos. Exemplo de sentimentos ligados a ordem social são: a empatia, a culpa, o remorso, o medo, o de respeito as normas, o reconhecimento de direitos fundamentais, como a vida por exemplo, e o sentimento de injustiça, muitas vezes entendido como revolta. Diversas normas já foram produzidas mediante a clamor da sociedade em face de determinada ação tida como injusta.
Contudo, o Poder Social não pode se fundamentar exclusivamente na emoção. É preciso que que as normas sejam positivadas e que exista clara distinção do que é lícito e do que é ilícito. Assim, todos os indivíduos poderão ter um guia de conduta que fará com que estes indivíduos não ajam apenas emocionalmente, mas visem sempre a preservação do bem comum.
Atualmente, a psicologia tem sido fundamental para e explicação de diversos crimes que ligados a distúrbios mentais. Também é notável o uso de punições de acordo com estes distúrbios, como a imposição de tratamento psiquiatrico, em vez de encarceramento comum.

sábado, 25 de junho de 2011

Religião: relevante até para cidadãos ateus

O Direito tem a sua história constantemente ligada a religião e a moral. Tão grande tem sido esta ligação, que a distinção entre normas morais, religiosas e jurídicas só passaram a ser distinguidas recentemente. Exemplos do que foi dito, são a Grécia, Roma e as sociedade medievais que faziam um elo entre o Direito e a religião.
Apesar de em nossos dias esta relação não seja tão explícita, ela ainda existe, e continua a exercer grande influência no Estado.
Exemplos claros da influência da moral são "os preceitos do Direito Civil, relativos aos deveres dos membros da família, do Direito Penal, sob os delitos contra a moral e os costumes, do Direito Comercial a propósito do direito dos comerciantes, e dos inúmeros preceitos sobre ética profissional nas diversas atividades, a moralidade nos negócios jurídicos etc", segundo André Franco Montoro no livro Introdução à Ciência do Direito.
Tão ampla como a influência moral é a influência religiosa, que é "um dos fenômenos culturais da cultura humana". O direito canônico serviu de inpiração ao sistema jurídico brasileiro e latino. Exemplo da existência da relevância religiosa no direito brasileiro, é o preâmbulo de nossa Constituição Federal que diz: "Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte Constituição da República Federativa do Brasil."
Entre os sistemas jurídicos essencialmente religiosos, estão o direito canônico, muçulmano e judaico, que mantém vivo na modernidade o conceito de Teocracia.

A evolução do trabalho


Darwin dizia que os seres-vivos estavam sujeitos a evolução. Foi difícil para a humanidade aceitar essa teoria, se libertar de ideias pré-concebidas. Atualmente, a sociedade pode perceber que a maneira como se trabalha esta também evoluindo. Da selva ao escritório, da perseguição de animais à perseguição de capitais, da roda à engrenagem, do fogo à informática, do homem à robótica... tudo mudou e continua a evoluir. Progresso? Sim para os bilionários de Wall Street, não para pequeno cortador de cana, ou um fantasma do passado "negro"? Esta é a nossa "evolução"!!
Sem dúvida, o trabalho melhorou muito, pois tem se tornado cada vez mais humanista, pois a mulher pode sentar em "cadeiras" outrora ocupadas por homens, o negro pode ser patrão de um branco, mas quem se importa quando a cor não importa mais? A maravilha tecnológica oferece-nos grande fascínio, pois podemos ver carros que outrora ficavam prontos em dias, ficarem em minutos, e sem mão humanas... os caçadores de mamutes nunca pensaram em tantas maravilhas, nem os escravos que foram tão torturados.
Estamos evoluindo, e o trabalho está a evoluir conosco, porém, muito ainda deve ser mudado, pois ainda existem direitos que só existem na teoria, no mundo do "dever ser". Ainda devemos encarar o fato de se existirem fileiras e fileiras de desempregados, pessoas em trabalhos degradantes, escravidão e trabalho infantil. A sociedade tem a missão de mudar esta situação, e tirar esta infâmia de seu meio. Daí a importância do estudo da história, direito e sociologia, pois com o pretérito, achamos as respostas e a maneira de mudar o presente e construir o futuro. Isso exige trabalho, e foi esta a conclusão do meu grupo... O trabalho faz parte da história humana, e a partir dele a humanidade continuará fazendo a sua história!!

Desemprego - Falta de dinheiro... (apenas para o pobre)

A existência do desemprego é considerado, um mal para a sociedade. Não é raro, a mídia nos fornece notícias sobre ou aumento ou a diminuição do desemprego, e muitas campanhas eleitorais se baseiam na proessa de se criar empregos. Seria o desemprego um "acidente da sociedade"? Seria apenas um mal, ou serviria aos interesses de alguem? Nesse texto, analisaremos o desemprego sob a ótica marxista. Para podermos entender o possível propósito do desemprego, é necessário entendermos o conceito de exercito industrial reserva.
O exército industrial de reserva, é em termos práticos a parte da população que está desempregada. Para Karl Marx, não se pode limitar o desemprego às capacidades profissionais dos indivíduos, e sim a uma série de estratégias capitalista de obtenção de lucro, sem se importarem com a vida dos trabalhadores. A acumulação e o progresso da riqueza sobre a base capitalista cria, necessariamente, um excedente da população operária, que por sua vez, serve de auxilio ao capitalista, condicionando sua existência.
Marx, dizia que este exército parece ser "educado e disciplinado" e são sempre exploraveis e disponíveis. Segundo a teoria marxista, existe um período de retorno e de saída de funcionários, que acontece num período de cerca de dez anos. Porém, o filosofo diz que o retorno ao mercado de trabalho não tão prazerosa, a medida as fileiras trabalhista voltam a ser ocupadas, a produção passa a ser excessiva, e acontecem numerosas crises e inações.
Porém, este processo degradante dos trabalhadores, não existia antes do advento das máquinas, e da concorrência externa entre países. Foi a partir deste momento que os capitalistas se viram impelidos e em condições de aumentarem grandemente a produção, chegando muitas vezes a exceder os limites físicos e psicológicos dos trabalhadores. O operário que não pudesse oferecer toda sua força de trabalho (paga), era sumariamente descartado, dando lugar a outro. Marx também estabelece outro período estarrecedor: a cada dez ou onze anos, acontece no mundo uma crise geral, que dá a possibilidade de renovação de outro período, de lucros, à economia capitalista. Porém, Marx dizia que este período não é pétrio, e pode mudar com o decorrer do tempo, tendendo sempre a diminuir.
Paradoxalmente, o progresso industrial significa o recesso trabalhista, pois as máquinas passam a fazer o trabalho que outrora eram feitos por homens. Com isso, podem se desenvolver três situações:
1°)Desenvolve-se a potência produtiva do trabalho, o que acarreta em aumento de produtos e diminuição de trabalhadores;
2°)Corte de operários, acontece uma intensificação do trabalho acompanhado de aumento da jornada de trabalho;
3°)A
umento aparente do quadro de funcionários: os trabalhadores mais fortes e caros, são subistituidos pelos mais baratos e fracos, como dizia Marx no livro o Capital, troca-se "o homem pela mulher, o adulto pela criança, um operário americano por três chineses."
A falta de emprego aumenta a competitividade, obrigando o proletário sempre buscar o aperfeiçoamento para não perder possíveis vagas no mercado de trabalho. Com o enorme número de desempregados, acontece uma baixa no salário oferecido, pois, em meio a necessidade do desempregado, o capitalista poderá oferecer uma quantia mais baixa pela força de trabalho, e lucrar mais com a "economia" com salários e o exagero na carga horária e produtiva do seu contratado. Vale lembrar, que trabalhadores que são explorados no trabalho, tendem a durar pouco tempo na empresa e fatalmente se vê substituído por outro trabalhador, perpetuando o ciclo de exploração. E este indivíduo, muitas vezes sofre com a falta de dinheiro e de saúde, decorrente de situações degradantes no "emprego". Isto, pode ser a causa da presente crise no nosso sistema previdenciário? Eu acredito que entre outros motivos, sim.
Esta ideia foi pensada no século XIX, porém, infelizmente é aplicável ao dias de hoje, bastando apenas olharmos, para os jornais, telejornais, ouvirmos o rádio, ou termos uma rápida conversa com o nosso vizinho.

Direitos dos homossexuais (para heterossexuais)


“Não se faz mais sociedade como antigamente!” Podemos ouvir alguém dizer. Mas isso é verdade ,independentemente de valores, isto é um fato!

O dia cinco de maio de 2011 está destinado a ser um marco na história do Brasil, não apenas pelo ponto de vista dos homossexuais, mas segundo o ponto de vista de toda a sociedade brasileira. Após longos e desgastantes anos de luta por um objetivo, os homossexuais finalmente conquistaram o reconhecimento para terem o direito à união estável. Mas o que isso representa para a majoritária parte da população de nosso país? Só os homossexuais perceberão os efeitos?
Atrevo-me a dizer que se você, que lê este texto, se revolta toda vez que algum indivíduo é julgado por algo que não seja a bondade que há em seu coração, então a conquista também é sua. Estamos diante da história viva, sem a frieza dos papéis que no futuro trarão artigos sobre o que está a acontecer agora. O direito tem mostrado o teu brilho, e as nuvens negras da nossa “Idade Média de cada dia” estão se dissipando.
Em meio a nossa euforia (já que somos pretensos defensores da justiça), devemos estender a mão para aqueles que por enquanto não têm a capacidade de aceitar as mudanças que estão ocorrendo. Lembremos que temos o direito de amarmos alguém do nosso mesmo sexo, mas que também temos o direito de não concordarmos com isso. Imagino, que muitos tradicionalistas não se conformaram com a conquista das mulheres do direito ao voto, mas onde eles estão hoje? O que quero dizer é que devemos perdoar a relutância de alguns indivíduos quanto ao assunto, pois isso acontece todas as vezes que a sociedade passa por transformações. Porém, uma hora ou outra essa relutância acaba... devemos dar as mão e termos humildade para não cairmos no erro de desrespeitarmos a liberdade opinião. O que não significa que devemos tolerar a intolerância. A homofobia é crime, e deve ser combatida.
O STF mostrou para nós que o Estado não deve se comportar como um pai repressor que nos coíbe de buscar a felicidade como bem entendemos. Não cabe mais ao Estado definir nossas crenças, valores, desejos e etc. Cabe ao Estado a defesa do indivíduo, da sociedade, agindo com justiça e equidade para com todos. A nossa amada Constituição Federal não deve ser usada como um impasse aos bem-estar social, e sim para garantir que possamos viver unidos harmonicamente neste amado território.
Que a religião leve seus preceitos a quem dela necessita. Pessoas devem ter fé, Estados não. O Estado deve defender o direito a fé, e os fiéis devem ter respeito aos direitos dados pelo Estado.

Sorria, a felicidade não existe!!!

Gosto muito de ciência, e um dia desses eu estava lendo uma revista que falava sobre alguns mistérios da ciência, e tamanha foi a minha surpresa quando vi a Felicidade entre um destes "mistérios". Isto não me deixou muito "feliz", e com o tempo eu comecei a pensar: "A Felicidade existe?" Cheguei então a conclusão que não, e que eu seria mais "feliz" acreditando nisso. Você achou isto muito paradoxal? Então eu explico.
Primeiro, quero definir qual é a nossa noção de felicidade. Para nós, a Felicidade completa está em se ter tudo o que se deseja, como se deseja, sem consequências por nossas escolhas e perpétuamente. Nós podemos julgar por Felicidade a obtenção de riqueza, amor, poder, paz, prazer, conforto e qualquer outra coisa que possa passar por nossa cabeça. Por mais autruistas que possamos ser a nossa noção de Felicidade está intimamente ligada à satisfação nosso ego.
Gostaria que todos que lessem este meu humilde ensaio pudessem se opor a mim dizendo: "A Felicidade existe, e eu a tenho!" Em resposta a esta ingênua afirmação eu proponho o seguinte exemplo: Um paleontólogo está em uma escavação num lugar qualquer do mundo, e de repente ele encontra algo, muito semelhante a uma pedra. Porém, após um tempo de exame, ele constata que aquilo se trata de um pedaço do crânio de um Australopithecus (extinto há milhões de anos). Mesmo não encontrando outros fósseis pertencentes ao espécime (que já não existe), o cientista pôde saber do que se tratava aquele osso, e ficou satisfeito com isso.
Assim meus queridos é a situação de quem se acha feliz. Estes são como o paleontólogo, que procuram algo que não existe (a Felicidade no caso destas pessoas), e quando acham um pedaço que seja desse "Australopithecus", logo se sentem felizes e satisfeitas como se estivessem encontrado o "bicho" andando por aí vivo. As pessoas não têm a felicidade, e sim apenas fragmentos dela, pois esta mesma não existe.
Agora, imaginemos se nós conquistássemos todos os nossos objetivos (que outrora imaginamos ser o melhor para a nossa Felicidade). Já pensou se você tivesse começado a namorar aquele (a) garoto (a) que, após melhor exame você percebeu que ele (a) não era nada do que tu esperavas? Seria como encontrar o tão sonhado "Australopithecus" e sermos agredidos por ele. Pense no dano que o mundo sofreria se Hitler tivesse sido "feliz" em seus planos...
Proponho uma libertação desta "ditadura da Felicidade", que nos torna dependentes de algo inatingível. Não é errado não ter tudo o que se deseja. Uma dose de frustração eleva o nosso caráter, nos torna melhores. Não se abstenha de buscar a felicidade, pois é nossa obrigação busca-la, tornar a vida suportável, melhor. Isso nos move para continuarmos lutando, vivendo, perdendo, vencendo... Então se você não tem tudo o que sonha, sorria, pois isso é o melhor pra você.

Eu - eu + eu = eu (Equação existencial)


Você já parou para olhar uma foto de sua infância e já teve aquela desagradável sensação de não estar vendo a si mesmo? ou quem sabe já viu um amigo de longas datas fazendo algo que ele jamais teria feito em outras ocasiões? Eu já, e por muito me perguntei por que tais coisas aconteciam. Seria eu um "retrógrada emocional" incapaz de aceitar as mudanças da vida? Não, de maneira alguma, e se você já se viu em tal situação, saiba que isso é normal.
Pasmem meus caros leitores, mas o "você" de hoje não é o "você" de alguns anos atrás, e sim uma cópia muito semelhante "dele". Há cientistas que dizem que nos adultos há uma renovação total das células que acontece em período de sete a dez anos. E não pense que isso é novidade porque não é, pois, há mais de dois mil anos Diotime (sacerdotisa grega citada por Sócrates em seu discurso no livro O Banquete, de Platão) já falava sobre o assunto.
Segundo ela, nós (e os animais) não somos sempre os mesmos. Todo o nosso corpo muda; carne, osso, pele, sangue... estão em um contínuo processo de desaparecimento e renovação. "E não somente o corpo se renova, mas também a alma em todos os seus modos de ser: hábitos, costumes, inclinações, prazeres, desejos e temores, tudo se modifica, aparece e desaparece alternadamente e nada possui imutabilidade. [...] O que chamamos de reflexão se prende a uma noção que se dissipa, porque o esquecimento é a morte da noção. Ora, a reflexão, suscitando uma nova lembrança em lugar da que se foi, substitui tão bem a noção desvanecida que a julgamos idêntica à que a suplanta.[...]"Dizia ela.
Ao longo do tempo nós devemos a aceitar a "morte" que há em nós e nas pessoas a nossa volta e aprender a aceitar os "nascimentos" que nos acometem constantemente. Isso é o mais próximos do que podemos chegar da imortalidade em nossa condição de vida, isso é o que nos faz humanos e não deuses (que são imutáveis). A pergunta que vos deixo é: Será que o nosso "eu" de hoje é melhor do que os "outros" que vieram antes dele, ou é só mais um indivíduo alienado passando prejudicialmente pelo ciclo da vida?