sexta-feira, 15 de julho de 2011

Roteiro básico para qualquer novelinha mexicana - reflexão sobre a paixão e o amor. [Parte 2]


"Com o tempo aprendemos que o amor não é romântico por sí mesmo, mas o romantismo dá forma ao amor dos casais [Eros]! Assim como aprendemos que o amor pode se resumir a ação, sacrifício e poder..."

O que é o amor? Não sei, estou procurando compreende-lo a cada dia de minha vida; cozinhando o meu cérebro, sofrendo, me iludindo, me desiludindo, observando, estudando... eu sou uma pessoa normal, que também deseja alcançar o amor em sua plenitude.
Uma coisa eu posso tomar por certo em minha vida: O amor não é um sentimento! O que é então?! É a ação [o verbo], o sacrifício e o poder! Sinto decepcionar, mas o amor não é romântico, e sim, racional, logo, pode ser exercitado. O amor e o romantismo, podem existir em harmonia, mas não dependem necessariamente um do outro.
O amor não é espontâneo, ou seja, nós não conseguiremos amar ninguém com o passar do tempo pela mera "evolução da paixão". Como já disse, uma paixão pode virar amor. Mas na minha opinião, não é obrigatório se apaixonar para começar a amar alguem.

O verbo amar [Amor como ação]

De maneira prática, podemos definir o amor como ação por um simples motivo: Não dá para construir nenhuma relação sólida apenas [eu disse apenas] com "eu te amo". Para que haja uma relação decente entre um casal, é preciso que existam ações que possibilitem o bem estar do casal em questão. Mas não é só isso, pois é preciso que haja abnegação em suas ações, ou seja, não se pode fazer o bem ao outro esperando algo em troca. Ora, quem ama, precisa confiar que será capaz de, pelo seu amor, cativar a outra pessoa a ama-lo e cuidar dele também. A frase é velha, manjada, decorada e clichê mas, "Quem ama cuida!"
O amor se constrói com atitudes, ou seja, devemos fazer [o] amor [mas não do jeito que as novelas da Globo expõem].

Se matando pela vida [Amor como sacrifício pessoal]

Esta é a parte dura do amor: o sacrifício! Para se amar, deve se querer amar, mesmo que isto contrarie os nossos desejos mais íntimos, e este é o primeiro sacrifício. Acredito que nós humanos somos aptos para amar, mas o amor não emana naturalmente de nós, assim como a ira, a paixão, o libido [também conhecido como o "T", se é que me entende], a alegria, a tristeza... Logo, quem decide amar estará contrariando a sua própria natureza humana. Este é o primeiro sacrifício do amante [aquele que ama, não aquele que chifra], pois deverá deixar de lado diversas inclinações "carnais", dentre a qual, se encontra o egoísmo, que é a uma das mais terríveis "rivais" do amor.
Paradoxalmente, quem ama, deve amar a si mesmo [mas sem egoísmo]. É estranho, mas nós temos a "incrível" capacidade de sermos egoístas e autodestrutivos, exemplo: Pessoa XX se sente atraída por pessoa XY, querendo extrair o máximo possível de prazer de XY [não precisa ser apenas o prazer sexual] e possuir a outra pessoa [EGOÍSMO] porém, XY não é nenhum santo, e trata XX como se fosse "liXXo" [mesmo não sendo], e XX, por sua vez, continua o desejando [AUTODESTRUIÇÃO]. Ficou claro? Que bom!
Assim, só de amarmos a nós mesmo contrariamos a nossa natureza, e este é, segundo o que acredito, o sacrifício mais difícil de se realizar. Porém, amar a sí mesmo é fundamental para amarmos ao companheiro (a), pois já dizia Jesus:"Ame o teu próximo como tí mesmo" [não precisa ser "crente" para concordar].
Depois de nos sacrificarmos amando a nós mesmos, vem a parte em que devemos nos sacrificar pelo (a) amado (a), o que não significa se anular, e sim, fazer o possível para tornar a vida do outro mais feliz, e por consequência, a sua também.
OBSERVAÇÃO: A felicidade não está em ter tudo o que se quer, como que e quando quer(pois isso faz da felicidade algo inexistente), e sim na eliminação de vícios que nos toram dependente de coisas que nos fazem mal. Este é um processo que envolve toda uma vida, e nunca conseguimos concluir sozinhos e plenamente [leia o texto: Sorria, a felicidade não existe]

O poder supremo e incorruptível [o Amor como Poder]

Acredito que o amor seja o maior poder que existe e o único poder que não corrompe. Por que o amor é o poder máximo?! Eu explico!
No nosso mundo, o poder máximo aceito pelos homens é o poder-político, que se caracteriza pelo exclusivo uso da força para se fazer obedecer. Resumindo, se você desebedecer as leis, você será punido [prisão, morte, multa], o que indiscutivelmente envolve a força. Convenhamos, usar a força física para coagir alguem a fazer o que queremos é fácil, basta confrontarmos dois homens que desejam o corpo de uma mulher. Um dos homens, pode usar uma faca, uma arma, ou mesmo seu poder como marido e mantenedor do lar, para ir para fazer "sexo" com uma mulher, resumindo, é a barbárie do estupro. Já o outro, pode tentar seduzir, com palavras, poemas, flores, chocolates, presentes, declarações, música [eu disse música, não funk], carinho... [alcool não vale] E, se tudo der certo, pode "fazer amor" com ela [eu detesto esta colocação, fazer amor, mas soaria melhor que nhêco-nhêco]. Eu te pergunto caro leitor: Qual teve mais dificuldade e talento para conquistar o seu objetivo, o que estuprou [com a força], ou o que seduziu [com amor]?
O amor é poder, pois, ao fazermos com que o (a) outro (a) nos ame [pela "simples" conquista], nos tornamos capaz de fazer com o outro mude seu estilo de vida [caso este estilo seja ruim], e com isso suas atitudes, sem precisarmos agredir ou intimidar a pessoa.
Mas não é só isso que faz com que o poder do amor seja superior aos demais. O grande diferencial é: O amor muda a forma como agimos com nós mesmos. Pode parecer simples, mas quem detém o poder-político não pode usar a própria força para mudar alguma imperfeição de seu caráter [se bem que tem gente que tenta, sem sucesso]. O poder do amor é o único que pode transformar [positivamente] aquele que o "possui". Isso envolve a ação e o sacrifício.
Considerações finais
Como disse, minhas palavras são fruto de mero conhecimento empírico e observações... esta é a minha opinião agora [com dezessete anos], mas minha opinião pode mudar caso uma nova verdade seja a mim revelada.
Apelo para que cada pessoa que leia este texto busque, e continue buscando, a plenitude do amor, não só com o (a) companheiro (a), mas com todos a nossa volta [pai, mãe, amigo, inimigo, desconhecido]. O amor não é uma recompensa, não se vende, não se barganha e não se merece. Todos deveram ser amados, apesar de isto ser terrivelmente difícil.
Mova-se, não desista, se você amar poderá mudar o seu mundo, a cabeça de quem você deseja, ou até mesmo a tua própria cabeça. Não se apegue a meras regras, a textos, a frases, a livros, a conselhos... tudo isso importa, mas o amor se aprende na prática, amando, sofrendo, amando, sorrindo, amando, se sacrificando, amando, agindo, amando... Não precisa alcançar a plenitude, pois se alcançar virarás um deus que deixará este mundo. Ora, o mundo precisa de gente que ame, e Deus [para quem acredita] é triuno.
E então, quando você vai começar a praticar o amor em sua vida? Que tal agora?! Demonstre seu amor a alguem que você não tem demonstrado [e ao autor deste texto nos comentários, email. MSN, carta, ligação, Orkut, Facebook...]

NOTA: Agradeço a minha cara e respeitabilíssima amiga Paula por sua sinceridade em "contrariar" uma das ideias que apresentei no texto. Graças a ela, refleti melhor, e reconsiderei a afirmação que tinha feito em minha introdução.

Atenciosamente, James Hermínio

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Roteiro básico para qualquer novelinha mexicana - reflexão sobre a paixão e o amor. [Parte 1]


Deus é amor, e nos conferiu a possibilidade de amar. Mas nós humanos,insatisfeitos com a demora em se chegar a plenitude do amor, inventamos a paixão, para satisfação instantânea. Depois, já não sabíamos diferenciar um do outro, e passamos a viver nos iludindo e buscando o amor... e nos tornamos insatisfeitos para sempre.

Todo mundo diz "eu te amo", todo mundo já sofreu por "amor", todo mundo quer ser amado... mas, quantos realmente sabem o que é o amor? E quantos realmente já o experimentaram verdadeiramente? [Amor de mãe não vale!]. Como diferenciar o amor da paixão?
Este tema será abordado e refletido ao longo de dois textos. O primeiro, pretende abordar a manifestação da paixão na vida dos indivíduos, e o segundo, o amor. Porém, adianto que não pretendo estabelecer o que seja cada um, e usarei apenas o meu conhecimento empírico.
Para este humilde autor, o amor não poderá ser descoberto em sua totalidade, já que apresenta atributos divinos ["Deus é amor"], e a nossa condição mortal nos limita muito quando falamos de coisas divinas. Devemos pois, tentar trabalhar com o que podemos observar, e sentir: O Eros, amor entre homem e mulher [tradicionalmente falando é claro], e o seu "cover" a paixão.

A Paixão [começo, meio e fim]

A paixão é algo que todo mundo já sentiu, sente e sentirá [de novo]. Para muitos começa cedo. Às vezes nos primeiros anos da escola, quando nos deparamos com a "vida em sociedade". Seus sintomas variam de pessoa para pessoa, porém, os mais comuns são: frio na barriga, tremedeira, cara de bobo (a), retardamento mental, dor no peito [este é terrível], euforia, melancolia, falta de fome, excesso de fome... A paixão costuma surgir de forma instantânea, a primeira vista, as vezes, como já ví acontecer com amigos meus [culpe os amigos quando não quiser se expor], vem antes de conhecermos a pessoa. Quando se trata de "paixão a primeira vista" ["já que amor a primeira vista" não existe], é quase indiscutível que a primeira coisa a nos atrair é a aparência. Quando é algo que vem com o tempo, se dá devido aos atributos do indivíduo em questões, como a simpatia, inteligência [aquilo que a maioria das mulheres dizem que querem, mas quase sempre abrem mão], lábia, gostos, história de vida, situação financeira [isso ninguém admite que leva em consideração] e etc. Esta segunda fase [o conhecimento] é fundamental, posto que, se levar em consideração apenas a aparência, se trata de desejo [carnal], cobiça, atração. A beleza é fundamental, mas pode ser dispensável [sobretudo para algumas mulheres, que relevam a falta dela, e alguns homens, que estão desesperados], ou seja, nem sempre as pessoas se apaixonam por quem se sentem atraídas.
Os apaixonados quase sempre acham que estão amando [pior é quando erroneamente acham que estão sendo amados também]. Eles negligenciam a maior parte, se não todos, os defeitos do seu "objeto de desejo", o que é diferente de perdoar e aceitar os defeitos [o que geralmente acontece no amor]. Quando um apaixonado reconhece os defeitos daquele que deseja [ou se tem], e fica numa constante luta para impor o que acha certo, podemos observar um (a) obcecado (a) [e isso pode matar]. Quando nos apaixonamos, não pensamos em muita coisa além de quem queremos [ou temos]. Quando correspondida, a paixão faz com que nos sintamos "nas nuvens". Quando não [ou não mais], causa uma das piores dores da alma humana, que não respeita etnia [raça não, por favor], religião, sexo, idade, classe social, resumindo, ninguém esta livre de sofrer por paixão. Por vezes, este sofrimento vai além do apaixonado, podendo acometer aquele que é desejado pelo simples fato de ser piedoso para com o seu [ou sua] pretendente [ou ex]. Pode parecer difícil de acreditar, mas quem dá um fora, ou termina, também pode sofrer [a voz da experiência falando].
A paixão pode envolver quase todos os sentimentos bons e ruins possíveis nos humanos, e podemos observar que existem três possíveis caminhos para a paixão: a indiferença, o ódio ou o amor. Por ser tão transitória, é inevitável que a paixão tome um destes três rumos. Geralmente, "o fogo apaga", e o que resta é o constrangimento, mágoa, ou simplesmente a indiferença. Dependendo da situação, observa-se a presença do ódio, que por sinal, é mais comum do que o amor. Por isso, não é raro sabermos de pessoas que mataram por "amor". É aí que podemos observar a principal diferença entre a paixão e o amor. Ora, a paixão quer possuir, satisfazer o ego de quem se apaixona. Não se sinta mal caro leitor, o egoismo é natural, e todo mundo é egoísta, a não ser que lute contra isso. Assim, quando nosso ego é contrariado [levamos um fora, ou pedem para terminar], é comum sentirmos ódio, pois, o que importa, não é a felicidade do outro, e sim, a nossa.
De forma resumida, estas são as minhas observações quanto a paixão. Não garanto que você concorde com tudo, já que paixão é que nem períneo, cada um tem o seu. Caso tenha algo a mais para acrecentar, comente aqui em baixo. Logo mais, apresentarei as minha conclusões sobre o amor.

Continua...

Agradeço a especial colaboração de meu pai, Joselito da Silva, que revisou este texto e o colocou à prova. Agradeço-o sobretudo pela sua incr´vel capacidade de acreditar em mim, de divulgar as minhas mais tolas palavras escritas e por ter sido o primeiro a me inspirar a escrever.