sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Os três deuses possíveis para cada indivíduo


Não sou filósofo [se bem que eu gostaria], muito menos um doutrinador. O texto que você irá ler agora é fruto de uma mente que, segundo minha amiga Gabi, "fica fritando o dia inteiro". Por diversas vezes, as respostas para as questões mais elementares de nossas vidas não estão nos livros, nas revistas, nos argumentos de autoridade, no comercial de margarina, ou mesmo no Fantástico. Quando a resposta não nos é revelada, é necessário que a busquemos não fora, mas no interior de nossa mente. O cérebro não é uma apêndice, use-o. Este texto não pode te dar as respostas certas, mas se ele te dar as dúvidas certas, já ficarei muito satisfeito. Assim, deixo-te um provérbio latino que diz: "Ubi dubium ibi libertas" [onde há dúvida há liberdade]. Este texto tratará sobre DEUS. Boa leitura.

A ideia da existência de um deus [ou vários] é algo terrivelmente complexo. Esta complexidade vai além da fé que temos na existência de da divindade. A seguir meditaremos nas três esferas da existência, ou inexistência de Deus. Este texto não se limita ao Deus da três principais religiões monoteístas [Judaísmo, Cristianísmo e Islamismo], nem aos fiéis na existência de "alguem superior".

1ª Esféra: O Deus de fato

A primeira esféra é sem dúvida a mais difícil de se estudar, pois trata da existência ou não de Deus, de seu verdadeiro caráter, de sua natureza [una, triuna, plural, corpórea, incorpórea]. Ao nosso ver, esta esféra é inacessível à nossa mente que não consegue perceber mais que quatro dimensões [altura, largura, profundidade e tempo]. Para nós, só podemos nos aproximar deste "Deus de fato" através daquila que os leigos dizem que é inimiga de Deus, a Ciência. A Ciência não pode, e talvez nunca poderá, provar a existência ou inexistência de Deus. Mas, ao estudar a natureza e o seu funcionamento, poderá ter um pequeno vislumbre de como o seu [possível] Criador trabalha. Quando vamos a algum restaurante, dificilmente conhecemos o chefe, ou cozinheiro, mas podemos julgar o seu talento e suas habilidades só de experimentarmos o alimento preparado por ele.
um encontro com Deus seria a melhor maneira de saber como Ele é de fato, além de ser prova suficiente de sua existência. Porém, não nos encontrarmos com ele, não é prova de sua inexistência. Já dizia Carl Sagan, "ausência de evidência, não é evidência de ausência". Não espere compreender o Deus de fato, talvez você morra sem conhece-lo. Talvez você o veja ao acordar da morte. Talvez você nunca acorde da morte.

2ª Esféra: O Deus social

Este é o deus que nos é apresentado desde os dias mais imemoriáveis de nossa infância, e é o deus dos livros sagrados. Ninguém lembra quando o conheceu, é como se nos acompanhasse desde sempre... mas sim, ele foi apresentado a nós, e às vezes foi imposto. O deus social é uma representação, muitas vezes artificial, dos que a humanidade espera que seja o deus de fato. Será que não poderíamos inocentar deus [o de fato] de todo o sangue derramado em seu nome? Podemos, seguramente, atribuir a culpa de todo sangue derramado ao deus social, aquele que é feito "à imagem e semelhança do homem". Porém, devemos reconhecer que existem milhões de deuses sociais, muitos deles levam o nome de Jesus, Alláh, Jeová, Espírito Santo. Existe o deus que aceita uma bomba prese ao corpo de um fiel, e existe aquele [com o mesmo nome], que ordena a não-violência, e o amor ao próximo. A ambiguidade do deus social encontra seu fundamento na ambiguidade dos humanos. Não excluamos a possibilidade que algum destes deuses sociais possa ser a manifestação revelação do Deus de fato.

3ª Esfera: O Deus pessoal

Com o perdão da piada, este é o deus "faça você mesmo". É aquele que faz com que um traficante se torne um pregador do evangelho, é quem toca e transforma os corações mais duros, ao mesmo tempo que pode ser aquele que enlouquece, fazendo com que um homem de paz se torne um assassino terrível. Muitas vezes, este deus pessoal, que nós criamos e aceitamos para nos acompanhar em nosso dia-a-dia é uma cópia quase exata do deus social, outras vezes, é fruto de reflexão e/ou alguma experiência pessoal, pode ser a cópia do deus de fato, para muitos, o deus pessoal não existe.
De qualquer maneira, é válido o conselho de Paulo, "de tudo, extraia o que é bom". Bom seria, se cada um de nós procurasse, individualmente, este deus, quem sabe, como uma maneira de se aproximar do Deus de fato, ou se libertar da ilusão da existência de um. Não importa, deve-se desenvolver em nós um deus que nos aperfeiçoe no bem, no amor e na justiça. Eu estou a procura do meu, e você, já conversou com ele hoje?

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

O desabafo do poéta ao trovador ideal


"Quando o poema, que o trovador escreve, atrai mais a atenção da sua musa do que a sí mesmo, é hora deste trovador morrer. De que vale, a musa se deleitar na obra do homem, sem que o homem possa se deleitar do amor de sua musa?
Pobre trovador, já sabes que és maldito, indigno entre os homens?! Já te disseram, que com tuas palavras, alimentas as fantasias que a tua amada tem com o teu rival, que a toca com as mão sem o domínio das palavras?
Suma, escreva um soneto venenoso, e ressucite diariamente da morte que te traz a paz.
Devore a tí mesmo, esfaqueie seu coração, deixe cair suas malditas gotas em forma de letras... com seu passional sofrimento, dê o deleite aos amantes.
Meu Deus, tu que também és poéta, por que fostes tão duro para conosco?"

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Você, a milagrosa receita de bolo


Existem perguntas simples, mas muito simples, que todo mundo acha que sabe, mas na hora de responder... Exemplo disso é uma pergunta que pertuba a mente de diversos filósofos, jurístas, religiosos, cientistas, médicos e afins: "Quando a Vida começa, e quando ela termina?" Eu não pretendo responder a este questionamento, mas quero refletir nesta questão interessante. Primeiro, quero mostrar-vos do que sois feitos. Peguem papel e caneta que vai começar a "receita de bolo". Para fazer um indivíduo igual a você, basta ter:

38,5 litros de água (55%)

16 quilos de carbono (23%)

580 gramas de fósforo (0,83%)

2,22 litros de nitrogênio (2,6%)

140 gramas de enxofre (0,2%)

195 gramas de cloro e sódio (0,27%)

140 gramas de potássio (0,2%)

6 gramas de metais, como ferro, zinco, cobre... (0,0009%)

Custo total da receita: R$ 150,00.
Tempo de preparo: Nove meses.

Pensou que seria fácil?! Por incrível que pareça, nós somos feitos de tudo isso, e eu pergunto: "Como fazer para tudo isso aí virar gente?" Não sei, mas sou levado a reconhecer o quanto a vida é um milagre, pois, explicar como surgiu o Sol, as galáxias, os planetas é simples... mas, e explicar você querido (a) leitor (a)? Este é a grande questão a se refletir!
Tanto a ciência quanto a religião concordam numa coisa: Somos pó [da terra, segundo a Bíblia, ou das estrelas, segundo a ciência]. Na Bíblia, encontra-se a clássica história que Deus nos fez a partir do pó da terra [no caso, solo], já algumas teorias científicas sugerem que as moléculas orgânicas que constituem a vida foram expelidas do Sol ao espaço, e a parte que caiu no nosso planeta, "milagrosamente", se tornou viva [assistam a série Cosmos de Carl Sagan, mais especificamente no episódio "As Origens da Vida", ou leiam Gênesis 1 para melhores informações].
O que tento propor aqui não é [mais] uma tentativa frustrada de unir fé e ciência. Na verdade o que há de tão interessante aqui é o quanto nós estamos em sintonia com o restante do Universo [sem querer ser esotérico, longe de mim]. Se somos "poeira das estrelas" ou "pó da terra", vai de cada um, mas uma coisa é notável: Somos feitos das mesmas coisas que o ambiente ao nosso redor, como as aves, os peixes, os insetos que pisamos, os animais que matamos, as árvores que cortamos... somos feitos do mesmo solo que pisamos e que dá origem à flora, que ao mesmo tempo mantém a fauna num perfeito ciclo de dependência e cuidado, ou fomos criados a partir da matéria fundida no ventre da nossa grande estrela a partir do mesmo hidrogênio que compõe tantas galáxias, que nos seus interiores abrigam estrelas, planetas, e quem sabe mundos por nós desconhecido... pense que se houve o Big Bang [grande explosão que teoricamente deu origem ao Universo], todos nós e tudo o que há no Universo estavam comprimidos num espaço extremamente quente e denso [singularidade], aquilo que viria a ser cada um de nós, as estrelas que vemos no céu, a pessoa que amamos, o computador que você está usando, a comida que você comeu... tudo, absolutamente tudo, estava unido, em um mesmo "ponto", sendo um só. Eu sei, isso é complexo! Mas se você não entender nada de ciência, não se angustie, o que quero dizer é: Nós estamos ligados a toda a vida [ou não] que existe a nossa volta.
De tudo o que existe, fomos os únicos a desenvolver a racionalidade e a imanência ["incapacidade! de se aceitar a finitude da vida]. Isso, na minha opinião,faz com que "dominemos" sobre as outras espécies a nossa volta. Isso significa que somos responsáveis por cada um dos seres que existem à nossa volta [incluindo nosso próximo]. Devemos aceitar a possibilidade lógica de que se ferirmos o nosso ambiente, feriremos uma parte de nós, se fazermos mal ao nosso próximo, faremos mal a nós... A vida é tão rara e especial, tanto que nunca encontramos vida fora da Terra, e tão difícil de explicar entender ou até mesmo definir... Como fazer com que tudo aquilo que apresentei vire você? Não sei [como já disse], mas afirmo: Dê valor a sua vida, ao seu próximo, à sociedade, aos pequeninos ou grandes seres, ao mundo como um todo... Esta é a nossa casa, e talvez ela seja única no Universo.

Dedico este texto a Deus, a Darwin, a Moisés e a Carl Sagan por terem dedicado as suas vidas pela busca da Verdade.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Roteiro básico para qualquer novelinha mexicana - reflexão sobre a paixão e o amor. [Parte 2]


"Com o tempo aprendemos que o amor não é romântico por sí mesmo, mas o romantismo dá forma ao amor dos casais [Eros]! Assim como aprendemos que o amor pode se resumir a ação, sacrifício e poder..."

O que é o amor? Não sei, estou procurando compreende-lo a cada dia de minha vida; cozinhando o meu cérebro, sofrendo, me iludindo, me desiludindo, observando, estudando... eu sou uma pessoa normal, que também deseja alcançar o amor em sua plenitude.
Uma coisa eu posso tomar por certo em minha vida: O amor não é um sentimento! O que é então?! É a ação [o verbo], o sacrifício e o poder! Sinto decepcionar, mas o amor não é romântico, e sim, racional, logo, pode ser exercitado. O amor e o romantismo, podem existir em harmonia, mas não dependem necessariamente um do outro.
O amor não é espontâneo, ou seja, nós não conseguiremos amar ninguém com o passar do tempo pela mera "evolução da paixão". Como já disse, uma paixão pode virar amor. Mas na minha opinião, não é obrigatório se apaixonar para começar a amar alguem.

O verbo amar [Amor como ação]

De maneira prática, podemos definir o amor como ação por um simples motivo: Não dá para construir nenhuma relação sólida apenas [eu disse apenas] com "eu te amo". Para que haja uma relação decente entre um casal, é preciso que existam ações que possibilitem o bem estar do casal em questão. Mas não é só isso, pois é preciso que haja abnegação em suas ações, ou seja, não se pode fazer o bem ao outro esperando algo em troca. Ora, quem ama, precisa confiar que será capaz de, pelo seu amor, cativar a outra pessoa a ama-lo e cuidar dele também. A frase é velha, manjada, decorada e clichê mas, "Quem ama cuida!"
O amor se constrói com atitudes, ou seja, devemos fazer [o] amor [mas não do jeito que as novelas da Globo expõem].

Se matando pela vida [Amor como sacrifício pessoal]

Esta é a parte dura do amor: o sacrifício! Para se amar, deve se querer amar, mesmo que isto contrarie os nossos desejos mais íntimos, e este é o primeiro sacrifício. Acredito que nós humanos somos aptos para amar, mas o amor não emana naturalmente de nós, assim como a ira, a paixão, o libido [também conhecido como o "T", se é que me entende], a alegria, a tristeza... Logo, quem decide amar estará contrariando a sua própria natureza humana. Este é o primeiro sacrifício do amante [aquele que ama, não aquele que chifra], pois deverá deixar de lado diversas inclinações "carnais", dentre a qual, se encontra o egoísmo, que é a uma das mais terríveis "rivais" do amor.
Paradoxalmente, quem ama, deve amar a si mesmo [mas sem egoísmo]. É estranho, mas nós temos a "incrível" capacidade de sermos egoístas e autodestrutivos, exemplo: Pessoa XX se sente atraída por pessoa XY, querendo extrair o máximo possível de prazer de XY [não precisa ser apenas o prazer sexual] e possuir a outra pessoa [EGOÍSMO] porém, XY não é nenhum santo, e trata XX como se fosse "liXXo" [mesmo não sendo], e XX, por sua vez, continua o desejando [AUTODESTRUIÇÃO]. Ficou claro? Que bom!
Assim, só de amarmos a nós mesmo contrariamos a nossa natureza, e este é, segundo o que acredito, o sacrifício mais difícil de se realizar. Porém, amar a sí mesmo é fundamental para amarmos ao companheiro (a), pois já dizia Jesus:"Ame o teu próximo como tí mesmo" [não precisa ser "crente" para concordar].
Depois de nos sacrificarmos amando a nós mesmos, vem a parte em que devemos nos sacrificar pelo (a) amado (a), o que não significa se anular, e sim, fazer o possível para tornar a vida do outro mais feliz, e por consequência, a sua também.
OBSERVAÇÃO: A felicidade não está em ter tudo o que se quer, como que e quando quer(pois isso faz da felicidade algo inexistente), e sim na eliminação de vícios que nos toram dependente de coisas que nos fazem mal. Este é um processo que envolve toda uma vida, e nunca conseguimos concluir sozinhos e plenamente [leia o texto: Sorria, a felicidade não existe]

O poder supremo e incorruptível [o Amor como Poder]

Acredito que o amor seja o maior poder que existe e o único poder que não corrompe. Por que o amor é o poder máximo?! Eu explico!
No nosso mundo, o poder máximo aceito pelos homens é o poder-político, que se caracteriza pelo exclusivo uso da força para se fazer obedecer. Resumindo, se você desebedecer as leis, você será punido [prisão, morte, multa], o que indiscutivelmente envolve a força. Convenhamos, usar a força física para coagir alguem a fazer o que queremos é fácil, basta confrontarmos dois homens que desejam o corpo de uma mulher. Um dos homens, pode usar uma faca, uma arma, ou mesmo seu poder como marido e mantenedor do lar, para ir para fazer "sexo" com uma mulher, resumindo, é a barbárie do estupro. Já o outro, pode tentar seduzir, com palavras, poemas, flores, chocolates, presentes, declarações, música [eu disse música, não funk], carinho... [alcool não vale] E, se tudo der certo, pode "fazer amor" com ela [eu detesto esta colocação, fazer amor, mas soaria melhor que nhêco-nhêco]. Eu te pergunto caro leitor: Qual teve mais dificuldade e talento para conquistar o seu objetivo, o que estuprou [com a força], ou o que seduziu [com amor]?
O amor é poder, pois, ao fazermos com que o (a) outro (a) nos ame [pela "simples" conquista], nos tornamos capaz de fazer com o outro mude seu estilo de vida [caso este estilo seja ruim], e com isso suas atitudes, sem precisarmos agredir ou intimidar a pessoa.
Mas não é só isso que faz com que o poder do amor seja superior aos demais. O grande diferencial é: O amor muda a forma como agimos com nós mesmos. Pode parecer simples, mas quem detém o poder-político não pode usar a própria força para mudar alguma imperfeição de seu caráter [se bem que tem gente que tenta, sem sucesso]. O poder do amor é o único que pode transformar [positivamente] aquele que o "possui". Isso envolve a ação e o sacrifício.
Considerações finais
Como disse, minhas palavras são fruto de mero conhecimento empírico e observações... esta é a minha opinião agora [com dezessete anos], mas minha opinião pode mudar caso uma nova verdade seja a mim revelada.
Apelo para que cada pessoa que leia este texto busque, e continue buscando, a plenitude do amor, não só com o (a) companheiro (a), mas com todos a nossa volta [pai, mãe, amigo, inimigo, desconhecido]. O amor não é uma recompensa, não se vende, não se barganha e não se merece. Todos deveram ser amados, apesar de isto ser terrivelmente difícil.
Mova-se, não desista, se você amar poderá mudar o seu mundo, a cabeça de quem você deseja, ou até mesmo a tua própria cabeça. Não se apegue a meras regras, a textos, a frases, a livros, a conselhos... tudo isso importa, mas o amor se aprende na prática, amando, sofrendo, amando, sorrindo, amando, se sacrificando, amando, agindo, amando... Não precisa alcançar a plenitude, pois se alcançar virarás um deus que deixará este mundo. Ora, o mundo precisa de gente que ame, e Deus [para quem acredita] é triuno.
E então, quando você vai começar a praticar o amor em sua vida? Que tal agora?! Demonstre seu amor a alguem que você não tem demonstrado [e ao autor deste texto nos comentários, email. MSN, carta, ligação, Orkut, Facebook...]

NOTA: Agradeço a minha cara e respeitabilíssima amiga Paula por sua sinceridade em "contrariar" uma das ideias que apresentei no texto. Graças a ela, refleti melhor, e reconsiderei a afirmação que tinha feito em minha introdução.

Atenciosamente, James Hermínio

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Roteiro básico para qualquer novelinha mexicana - reflexão sobre a paixão e o amor. [Parte 1]


Deus é amor, e nos conferiu a possibilidade de amar. Mas nós humanos,insatisfeitos com a demora em se chegar a plenitude do amor, inventamos a paixão, para satisfação instantânea. Depois, já não sabíamos diferenciar um do outro, e passamos a viver nos iludindo e buscando o amor... e nos tornamos insatisfeitos para sempre.

Todo mundo diz "eu te amo", todo mundo já sofreu por "amor", todo mundo quer ser amado... mas, quantos realmente sabem o que é o amor? E quantos realmente já o experimentaram verdadeiramente? [Amor de mãe não vale!]. Como diferenciar o amor da paixão?
Este tema será abordado e refletido ao longo de dois textos. O primeiro, pretende abordar a manifestação da paixão na vida dos indivíduos, e o segundo, o amor. Porém, adianto que não pretendo estabelecer o que seja cada um, e usarei apenas o meu conhecimento empírico.
Para este humilde autor, o amor não poderá ser descoberto em sua totalidade, já que apresenta atributos divinos ["Deus é amor"], e a nossa condição mortal nos limita muito quando falamos de coisas divinas. Devemos pois, tentar trabalhar com o que podemos observar, e sentir: O Eros, amor entre homem e mulher [tradicionalmente falando é claro], e o seu "cover" a paixão.

A Paixão [começo, meio e fim]

A paixão é algo que todo mundo já sentiu, sente e sentirá [de novo]. Para muitos começa cedo. Às vezes nos primeiros anos da escola, quando nos deparamos com a "vida em sociedade". Seus sintomas variam de pessoa para pessoa, porém, os mais comuns são: frio na barriga, tremedeira, cara de bobo (a), retardamento mental, dor no peito [este é terrível], euforia, melancolia, falta de fome, excesso de fome... A paixão costuma surgir de forma instantânea, a primeira vista, as vezes, como já ví acontecer com amigos meus [culpe os amigos quando não quiser se expor], vem antes de conhecermos a pessoa. Quando se trata de "paixão a primeira vista" ["já que amor a primeira vista" não existe], é quase indiscutível que a primeira coisa a nos atrair é a aparência. Quando é algo que vem com o tempo, se dá devido aos atributos do indivíduo em questões, como a simpatia, inteligência [aquilo que a maioria das mulheres dizem que querem, mas quase sempre abrem mão], lábia, gostos, história de vida, situação financeira [isso ninguém admite que leva em consideração] e etc. Esta segunda fase [o conhecimento] é fundamental, posto que, se levar em consideração apenas a aparência, se trata de desejo [carnal], cobiça, atração. A beleza é fundamental, mas pode ser dispensável [sobretudo para algumas mulheres, que relevam a falta dela, e alguns homens, que estão desesperados], ou seja, nem sempre as pessoas se apaixonam por quem se sentem atraídas.
Os apaixonados quase sempre acham que estão amando [pior é quando erroneamente acham que estão sendo amados também]. Eles negligenciam a maior parte, se não todos, os defeitos do seu "objeto de desejo", o que é diferente de perdoar e aceitar os defeitos [o que geralmente acontece no amor]. Quando um apaixonado reconhece os defeitos daquele que deseja [ou se tem], e fica numa constante luta para impor o que acha certo, podemos observar um (a) obcecado (a) [e isso pode matar]. Quando nos apaixonamos, não pensamos em muita coisa além de quem queremos [ou temos]. Quando correspondida, a paixão faz com que nos sintamos "nas nuvens". Quando não [ou não mais], causa uma das piores dores da alma humana, que não respeita etnia [raça não, por favor], religião, sexo, idade, classe social, resumindo, ninguém esta livre de sofrer por paixão. Por vezes, este sofrimento vai além do apaixonado, podendo acometer aquele que é desejado pelo simples fato de ser piedoso para com o seu [ou sua] pretendente [ou ex]. Pode parecer difícil de acreditar, mas quem dá um fora, ou termina, também pode sofrer [a voz da experiência falando].
A paixão pode envolver quase todos os sentimentos bons e ruins possíveis nos humanos, e podemos observar que existem três possíveis caminhos para a paixão: a indiferença, o ódio ou o amor. Por ser tão transitória, é inevitável que a paixão tome um destes três rumos. Geralmente, "o fogo apaga", e o que resta é o constrangimento, mágoa, ou simplesmente a indiferença. Dependendo da situação, observa-se a presença do ódio, que por sinal, é mais comum do que o amor. Por isso, não é raro sabermos de pessoas que mataram por "amor". É aí que podemos observar a principal diferença entre a paixão e o amor. Ora, a paixão quer possuir, satisfazer o ego de quem se apaixona. Não se sinta mal caro leitor, o egoismo é natural, e todo mundo é egoísta, a não ser que lute contra isso. Assim, quando nosso ego é contrariado [levamos um fora, ou pedem para terminar], é comum sentirmos ódio, pois, o que importa, não é a felicidade do outro, e sim, a nossa.
De forma resumida, estas são as minhas observações quanto a paixão. Não garanto que você concorde com tudo, já que paixão é que nem períneo, cada um tem o seu. Caso tenha algo a mais para acrecentar, comente aqui em baixo. Logo mais, apresentarei as minha conclusões sobre o amor.

Continua...

Agradeço a especial colaboração de meu pai, Joselito da Silva, que revisou este texto e o colocou à prova. Agradeço-o sobretudo pela sua incr´vel capacidade de acreditar em mim, de divulgar as minhas mais tolas palavras escritas e por ter sido o primeiro a me inspirar a escrever.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

A Falsidade em nome de um mundo melhor!!! [Escrito por um sincero]


Uma dose de hipocrisia?! Sim senhor!!!

Uma das caracteristicas que as pessoas mais detestam umas nas outras é a hipocrisia ["carinhosamente" chamada de falsidade], Eu, como qualquer pessoa normal, também não gosto de gente falsa. Porém, se tem um tipo de pessoa que eu, e não somente eu, detesto, são as extremamente sinceras [não odeio a sinceridade, eu repudio a sinceridade extrema]. Eu estive pensando no que seria do mundo se não fosse a hipocrisia... e cheguei a fatídica conclusão: O mundo provavelmente seria pior, e nós (sinceros ou não), de uma maneira ou de outra apreciamos a falsidade. E é esta conclusão eu vos apresentarei com toda a sinceridade do mundo.
Imagine-se num mundo totalmente sincero: As pessoas que dizem gostar de você, seguramente gostam mesmo; os vendedores de lojas responderiam todas as suas perguntas sobre os produtos [este vestido me deixa gorda? As garotas realmente gostam de caras que usam esta calça laranja?]; você se sentiria na liberdade de só chamar gente que você gosta para as suas festas, os professores diriam que não sabem responder a pergunta, ao invés de passarem uma aula inteira enrolando para parecer que esta a responder a tua pergunta; os pastores falariam de Jesus genuinamente.... e assim por diante. Parece maravilhoso, mas agora, imagine-se neste mesmo mundo, mas em situações não muito diferentes: Você [mulher, garota] vai comprar um vestido e pergunta para a vendedora se a vestimenta te deixa gorda, ela responde que sim, você sai triste, e ela vai vender menos, pois quase todas as mulheres fazem este tipo de pergunta, vai ganhar menos no final do mês, não vai conseguir pagar a conta de luz, e o filho dela, vai chorar com medo do escuro. Isso parece bom para você meu caro leitor? Para mim não! Mas tem mais um exemplo: Você [homem, garoto] vai falar com aquela menina, que você olha a foto todos os dias no Orkut, fala no MSN, acorda e dorme pensando... pois bem, você se declara e... se fosse no mundo em que vivemos [cheio de gente falsa], ela diria: "Você é como um irmão para mim", "eu te amo como amigo", "eu não sou boa o suficiente para você"... [quem nunca ouviu isso? Eu nunca ouvi!!!] Mas lembremos que estamos [hipoteticamente], no mundo da sinceridade, e ela pode dizer um maravilhoso sim, ou: "Você é feio", "Eu amo o seu amigo", "você é pobre", "eu pego a sua irmã" [não escrevi errado, as coisas são duras no mundo real], e por aí vai... pense no índice de suicídios, de depressivos, de crimes passionais, de irmãs lésbicas espancadas... seria uma catástrofe!!! Ainda bem que o mundo tem "um pouco" de hipocrisia.
A "falsidade" alimenta relacionamentos "amorosos", pois é preciso falar um "eu te amo" às vezes, por mais, que não experimentemos do verdadeiro e puro amor, devemos, no mínimo, demonstrar carinho por quem queremos bem [e para nós, amando ou não]. Mas por favor, lembrem-se, amor se demonstra com ações. Um pouco de hipocrisia não faz mal quando você precisa dar esperança para alguem, mesmo quando nem você tem esperança.
Leitores e leitoras, eu sinceramente vos aconselho a usarem moderadamente a falsidade. Não saiam falando que a espinha na testa da sua amiga parece um segundo cérebro, ou que a namorada do seu melhor amigo é gostosa... Não é usar a falsidade por interesses egoístas, mas sim autruístas. Não é saber tirar proveito da sociedade, mentir para extrair o máximo que puder de alguem, e sim, saber viver em sociedade, saber falar a coisa certa na hora certa, resumindo, é ser o "animal político" que Aristóteles falava! A verdade é um dom supremo, mas dói quando usada irresponsavelmente, e as vezes até mata [a esperança e até mesmo o corpo], quando usada para o mal. Que nossas palavras e atitudes visem a elevação do nosso espírito, de nossos amados e de nossa sociedade [de preferência, com a verdade ou o silêncio].

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Quem quer virar um deus? [Texto destinado a humanos]


Dizem que o homo sapiens sapiens (popularmente conhecido como humano) é superior aos outros seres vivos que existem no mundo. Isto é consenso entre religiosos e cientistas. Ora, nós humanos aprendemos a voar mesmo sem termos asas, construimos prédios enormes, desenvolvemos a internet, construimos a bomba atômica, aprendemos a matar milhares com um simples apertar de botão... Que maravilha, nós temos a "imagem e semelhança de Deus", e as vezes, somos quase deuses. Quase deuses? Claro! Assim como os deuses, frutos da louca imaginação humana, que "exigiam" [de muitas civilizações] sangue de crianças, cabeças de pais de família, virgindade de donzelas e muitas outras "oferendas". Nós humanos insistimos em criarmos deuses à "nossa imagem e semelhança" [como escreveu Aristóteles no livro "A Política"], para depois nos orgulharmos por sermos tão semelhantes a eles.
Para nós [este nós inclui o autor deste texto, o leitor deste texto e até George War Bush, que nunca vai ler este texto], ser um deus não é assim tão impossível. Basta apenas sermos capazes de provocar medo nos outros seres, humanos ou não, decidirmos sobre a vida e a morte, fazermos "descer fogo a vista dos homens", interferir no clima, no curso dos rios, exigirmos ofertas, ir para o espaço, fazer alguns "milagres", mas só alguns, e no fim, se quisermos, destruir o mundo com um "grande Apocalipse". Que beleza! Veja o que a nossa espécie pode fazer. Você já se sente um deus deste "Paraíso" chamado Terra? Não?! Nem eu!
Acredito que nós estamos muito longe de podermos nos considerar deuses, ouso acreditar que muitas vezes, os outros seres da natureza são mais divinos que nós. Por acaso, seria você capaz construir sozinho seu lar, assim como faz o João de barro? De extrair o sustento do ar, do Sol, da água e do solo, sem depender de industrias, assim como fazem as flores? Poderia você, resistir à radiação, viver nas nuvens, no ácido ou no frio extremo, assim como fazem algumas bactérias? Seria você capaz de dar a sua própria carne para garantir o alimento de seus filhos, assim como fazem algumas aranhas? O quão arrogante nós somos às vezes, mal conseguimos realizar proezas como o fazem algumas criaturas "inferiores" a nós, e já queremos nos considerar deuses?! Não que eu esteja dizendo que tem gente que sai por aí dizendo que é deus [pensando bem,tem um ou outro que faz isso mesmo]. O que quero dizer é que com o nosso comportamento frente à natureza e ao nosso proximo, podemos estar [como espécie humana] nos achando superior aos outros seres ou indivíduos, como se fossemos deuses. Quem de nós nunca foi levado a pensar que uma tribo aborigena, que não tem televisão, internet e avião, e ainda se alimenta de coisas estranhas a nós, como larvas, fosse inferior a nós? Não são eles humanos com as mesmas características biológica que nós temos? Não temos desrespeitado a natureza, através da poluição, desmatamento, pesca e caça predatória, ou a simples omissão? Estamos isentos de consequências?
O que então poderia fazer do homem um ser divino? A resposta pode ser simples, mas não fácil. Acredito que o que tornaria o homem mais semelhante a Deus é a capacidade de amar a natureza a sua volta e os humanos que nela habitam pelo simples fato de serem vivos, junto a pratica daquilo que Gandhi chamava de swaraj [governo de si], ou seja, o total controle sobre as nossas emoções, ações, necessidades e desejos. Em suma, precisamos aprender a valorizar a vida o maior milagre da natureza, ou de Deus para quem tem fé, e alem de valorizar a vida, devemos viver em harmonia com a natureza e os nossos semelhantes. Achou isto fácil, clichê? Então por que não começa a fazer isto a partir de agora? São estas a caracteríticas que fizeram com que Cristo fosse adorado por bilhões [eu incluso] como Deus. Se o homem foi de fato feito a imagem e semelhança de Deus, é nosso dever tentar nos assemelhar a Ele. Você não tem fé? Não precisa! Pois se a divindade foi criada pelo homem, é obrigação do homem viver segundo o que acredita ser mais nobre e perfeito para com o restante do mundo. Independente do que acreditamos, devemos sempre buscar a perfeição para consolidar o nosso domínio sobre a Terra e nós mesmos. Isto, é questão de sobrevivência!